segunda-feira, 1 de junho de 2009

Causas da Paranóia

Fatores Genéticos

Pouco se tem estudado sobre o papel da hereditariedade na paranóia. Pesquisadores observaram que famílias de pacientes paranóides não apresentam incidência de esquizofrenia ou depressão acima do normal. Entretanto, há evidências de que sintomas paranóides na esquizofrenia podem ter influência genética. Alguns estudos em gêmeos idênticos com esquizofrenia mostraram que, quando um dos gêmeos apresenta sintomas paranóides, geralmente o outro também os manifesta. Além disso, pesquisas recentes têm indicado que distúrbios paranóides são significativamente mais comuns em parentes de pessoas com esquizofrenia do que na população em geral. Ainda não se sabe se os distúrbios paranóides — ou a predisposição para apresentá-los — são hereditários ou não.


Fatores Bioquímicos

A descoberta de que a psicose (estado no qual o indivíduo perde o contato com a realidade) é tratável com drogas antipsicóticas tem levado os pesquisadores a procurar as origens de distúrbios mentais graves em anomalias químicas no cérebro. A pesquisa tem se tornado muito complexa à medida que se descobrem mais e mais substâncias químicas que transmitem mensagens de uma célula nervosa para outra - os neurotransmissores. Até agora, não se encontraram respostas definidas. Como nos estudos genéticos, também não houve estudos bioquímicos específicos em paranóia, a não ser como um subtipo de esquizofrenia. Há, no entanto, algumas evidências de que a esquizofrenia paranóide é bioquimicamente distinta das formas não-paranóides deste distúrbio.
O abuso de drogas como anfetaminas, cocaína, maryuana, PCP (“pó de anjo”), LSD ou outros estimulantes ou compostos “psicodélicos” pode produzir pensamentos ou comportamento paranóides, ou agravar os sintomas já existentes em pacientes com doença mental grave, como esquizofrenia. Pesquisadores estão estudando a ação bioquímica de tais drogas, a fim de compreender como elas produzem mudanças no comportamento, Isso poderá nos ajudar a aprender mais sobre a neuroquímica dos distúrbios paranóides.


“Stress”

Alguns especialistas acreditam que a paranóia pode ser uma reação a altos níveis de “stress”. Reforçando essa opinião, há evidência de que a paranóia incide mais entre imigrantes, prisioneiros de guerra e outras pessoas submetidas a altos níveis de “stress”. Há pessoas que apresentam uma forma aguda de paranóia, quando submetidas a uma situação nova e altamente estressante, com delírios que se desenvolvem em um curto espaço de tempo e duram apenas alguns meses.
Alguns estudos demonstram que a paranóia tem ocorrido com maior freqüência no século XX. A relação entre o “stress” e a paranóia não exclui, é claro, outros fatores causais. Um defeito genético, uma anomalia cerebral, um distúrbio no processamento de informações — ou todos os três fatores — poderiam predispor uma pessoa á paranóia; o “stress” poderia simplesmente atuar como fator desencadeante.

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